Por que divulgar o seu produto ou serviço na mídia brasileira? Conheça um mercado de mais de 3 milhões de brasileiros que vivem fora do Brasil. Segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os 10 países onde moram mais brasileiros emigrantes são:
- 1º. Estados Unidos: 1.200.000
- 2º. Paraguai: 500.000
- 3º. Japão: 300.000
- 4º. Reino Unido: 150.000
- 5º. Portugal: 147.500
- 6º. Itália: 132.000
- 7º. Espanha: 110.000
- 8º. Alemanha: 46.000
- 9º. Argentina: 38.500
- 10º. França: 30.000
Abaixo, seguem algumas matérias que falam sobre a comunidade brasileira no exterior.
2,5 milhões de brasileiros vivem fora do país
ANA FLOR, da Folha de S.Paulo, em Brasília
04/07/2004 - 02h50
Cerca de 2,5 milhões de brasileiros vivem hoje fora do país. O contingente é o maior já registrado no Brasil e tem na crise econômica e na busca por melhores condições de vida suas principais causas.
A estimativa é oficial. Foi elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Os números incluem tanto as pessoas que estão no exterior legalmente quanto aquelas consideradas ilegais pelas autoridades locais --que são classificadas pelo Itamaraty de "irregulares".
Formalmente, há 1,8 milhão de brasileiros fora do país. São pessoas que emigram e informam voluntariamente à embaixada ou ao consulado brasileiro sua localização no exterior.
O Itamaraty chegou aos 2,5 milhões de emigrantes considerando estatísticas elaboradas pelos países que acolhem os brasileiros e dados referentes à movimentação consular dos brasileiros ilegais. Ainda que não se registrem formalmente na embaixada, esses brasileiros vêem-se forçados a buscar assistência consular no momento em que querem casar-se, registrar seus filhos ou emitir procurações para parentes no Brasil.
Uma faceta comemorada pelo governo é a colaboração econômica dos emigrantes. Segundo Manoel Gomes Pereira, diretor das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, os brasileiros vivendo no exterior são responsáveis pela injeção de cerca de R$ 5,8 bilhões na economia brasileira por ano.
Em 2003, o Banco Central do Brasil registrou um envio de R$ 2,9 bilhões. O restante, segundo Pereira, são quantias trazidas pessoalmente ao país ou enviadas por amigos.
"São compatriotas que deveriam ser recebidos com tapete vermelho, champanhe e caviar", brinca Pereira.
Mais da metade dos brasileiros que decidem morar no exterior escolhe os Estados Unidos como principal destino. O Paraguai, o Japão e Portugal vêm logo em seguida.
Pé-de-meia
O perfil das pessoas que decidem deixar seu país é variado. Segundo Pereira, são tanto profissionais com nível acadêmico elevado quanto pessoas de regiões economicamente deprimidas.
As razões podem ser a procura por empregos especializados e mais bem remunerados ou a busca do tradicional pé-de-meia para voltar ao país com estabilidade financeira.
"A grande maioria não emigra com a intenção de permanecer [fora do Brasil]", diz Pereira.
No exterior, a imagem do brasileiro é a de um trabalhador dedicado. De acordo com Pereira, além de trabalharem bastante, os brasileiros são considerados receptivos, ordeiros e bem integrados culturalmente.
O crescimento das comunidades brasileiras no exterior não é visto com maus olhos pelo Itamaraty. "As emigrações são um fenômeno humano", diz Pereira. "Na pré-história, éramos nômades".
A simples análise do número de pessoas registradas em embaixadas e consulados do Brasil e em outros países mostra uma saída crescente de brasileiros do território nacional.
Em 1996, estavam registrados nos Estados Unidos menos de 600 mil brasileiros. Em 2003, o número havia pulado para quase 720 mil --uma média de 16 mil brasileiros a mais em solo americano a cada ano.
O diplomata crê que os países procurados pelos trabalhadores irregulares tenham maior preocupação com a manutenção de uma política migratória ordenada do que com os empregos que essas pessoas ocupam. "A existência da loteria do "green card" é uma prova de que até os EUA precisam de imigrantes", diz Pereira.
Japão tem a terceira maior comunidade brasileira no exterior
IPCdigital.co, com informações da Ag6encia Brasil, de Brasília
19.7/2008
Com cerca de 315 mil brasileiros, o Japão tem a terceira maior comunidade brasileira no exterior, atrás dos Estados Unidos e do Paraguai. No entanto, ao contrário do que se vê na maior parte dos principais destinos, duas características chamam a atenção nesse grupo de migrantes brasileiros. A primeira é o fato de que quase 100% deles estão regularizados no Japão. Isso acaba levando à segunda grande característica: a maioria ou é descendente ou cônjuge de japoneses.
"No início do século 20 os japoneses vieram para o Brasil e depois de quase um século, na verdade a partir de meados da década de 1980, seus descendentes, filhos e netos, começam a ir para o Japão novamente", diz a professora Elisa Massae Sasaki, da Universidade de Campinas (Unicamp).
De acordo com ela, essa relativa homogeneidade entre os migrantes ocorre, em parte, pelo fato de ser necessário comprovar a ascendência ou o casamento com um descendente de japonês para se ter o visto permanente. "O Japão se considera uma sociedade homogênea etnicamente, uma língua, uma nação, mas esse discurso é desafiado pela entrada de novos e cada vez mais variados estrangeiros", afirma Sasaki.
Desde o início dessa migração, os chamados dekasseguis (em japonês "trabalhar fora de casa") têm ocupado postos de trabalho na indústria manufatureira. "Os japoneses se recusam a trabalhar nesse setor, considerado atividade de baixa qualificação e de pouca possibilidade de ascensão profissional", explica.
Atualmente, eles se concentram na Ilha Principal, Honshū, particularmente nas províncias de Aichi e Shizuoka, onde se concentram manufaturas especialmente do setor automobilístico, e Nagano, onde há indústrias de componentes eletrônicos.
Se no início os dekasseguis tinham a expectativa de ficar no país temporariamente, hoje a presença se tornou mais permanente. Elisa Sasaki destaca que cerca de 25% da comunidade, ou em torno de 78 mil imigrantes brasileiros, têm visto de permanência. Isso gera uma das principais demandas: educação para os filhos.
"Hoje a gente já encontra uma presença cada vez maior de jovens brasileiros, ou que foram pequenos ou que já nasceram lá", diz. E complementa: "das grandes questões na área da educação, uma é se você vai ensinar à la brasileira ou à la japonesa, qual o sistema educacional que você vai escolher", o que depende, segundo ela, do projeto de vida de cada família que está lá.
Apesar de no Japão praticamente não haver políticas, especialmente em nível nacional, para a integração dos imigrantes, a comunidade desenvolveu formas de adaptação e integração. Uma é a imprensa étnica. A professora Sasaki informa que existem cerca de 50 publicações, com quatro jornais bem sucedidos: International Press, Jornal Tudo Bem, Nova Visão e Folha Mundial. Isso além de empresas importadoras de produtos brasileiros, bares, restaurantes, TV e mesmo escolas brasileiras.
Para conhecer um pouco mais quem são os brasileiros que vivem em outros países e as necessidades dessas pessoas, o Ministério das Relações Exteriores organizou a 1ª Conferência sobre as Comunidades Brasileiras no Exterior. Com o slogan "Brasileiros no Mundo", o encontro ocorre hoje (17), no Rio de Janeiro, e tem o apoio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag).